DEFICIÊNCIA E INTEGRAÇÃO: QUE TAL UM EXEMPLO OLÍMPICO?

Reflexões Atuais

Pessoas com deficiência já sofrem limitações variadas, ligadas, logicamente, a naturais condições de vida, mas, sobretudo, a mazelas sociais que se acentuam em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos. Entretanto, tais mazelas não são exclusividade de países de menor poder econômico, a nível global. É verdade que países que integram o grupo das chamadas nações de primeiro mundo possuem já um maior avanço no que tange ao respeito aos direitos mais básicos de pessoas com deficiência. Sobretudo os ligados à locomoção, ao ir e vir e ao exercício de variadas liberdades. Entretanto, nem mesmo nesses países e, em esferas de atuação global, está-se ainda perto de uma verdadeira e real conscientização integrativa. As maiores atenções se voltam a problemas locomotores e físicos e muito se esquece quando o assunto é ligado a deficiências mentais e de cunho psiquiátrico, o mesmo valendo para uma integração que se possa chamar de fato e não somente de direito. Seja por ignorância, seja por falta do devido interesse. Reflexo claro do que ora se coloca são os mundialmente difundidos Jogos Paralímpicos. Uma segregação anunciada, aplaudida por diversas maiorias, mas, na mesma medida, uma fortemente discriminatória forma de se conceber o esporte e, muito mais do que isso, o que mais se necessita na esfera de Estados-Nações e no âmbito internacional: integração. Já é passada a hora de se promover a unificação Olímpica. De se instaurar apenas um Evento Olímpico, com a participação e ocorrência concomitante de Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Que se estenda em alguns dias o grandioso Evento; que sejam criadas mais extensas estruturas; enfim, que se gaste um pouco - apenas um pouco - mais e se crie, ainda que por meio do esporte - pois outros tantos meios há, mal e indevidamente explorados -, uma verdadeira união, integração e consagração do respeito às diferenças em âmbito global. Aí está: se outros valiosos meios são desperdiçados, que tal nos valermos do maior Evento Esportivo mundial - rivalizado apenas pela Copa do Mundo de Futebol - para auxiliar no respeito e defesa da isonomia em seu sentido mais amplo? Os avanços gloriosos do dito primeiro mundo ver-se-iam ainda retrógrados e os do terceiro mundo, na maioria absoluta dos casos sequer existentes, deparar-se-iam com grande oportunidade informacional, educadora e concretizadora para presentes e futuras gerações. Sustentabilidade em um de seus mais valiosos sentidos. E, pensando-se em Brasil, mais uma preciosa chance de se fazer valer princípios e cláusulas constitucionais como a da igualdade, dignidade humana e da vida, assim como de liberdades e outros direitos sociais variados. Em um mundo globalizado, cujas fronteiras se infirmam pelo avanço, sobretudo, de tecnologias de ponta, que tal ser o Brasil uma fonte despertadora e estimuladora de mudanças como a que se aqui e agora defende? Que se reflita. E, na opinião de quem ora escreve, que se aja.
B, L